História de uma borboleta
Vi um dia nos teus olhos
Toda a alegria de voar
Vi nos teus movimentos
Toda a graciosidade do desfrutar,
De viver o mundo e a alegria.
Vi nos teus sorrisos
Paisagens belas sem melancolia.
Em ti vi o mundo,
vi-o aos olhos de uma borboleta
em ti vi paixão e entusiasmo.
Quando te segui , bela borboleta,
Vi que estavas presa
Tal como se estivesses guardada,
Fechada numa rede, trancada.
Tudo o que vira era um sonho,
Um reflexo de olhos fechados,
Um mundo de uma vontade fechada.
As flores e beleza que via
Todas eram vindas de ti
Criadas por ti com alegria.
Tudo era um mundo inventado
Um mundo cinzento por ti colorido
Perfumado por aquele aroma
Aquele que sinto sempre que te encontro
Vi um mundo à parte
Vi felicidade de um sonho
Um sonho vivido num mundo
Um mundo teu, tão lindo
Tão apaixonado e perfumado
Tão especial como tu.
Mas tudo o que vi..
Tudo o que vi foi meramente a ti,
Tal mundo eras tu e o teu encanto
Um encanto próprio de princesa
Um encanto da mais rara borboleta
“tudo o que eu vi…”
Era mentira e engano
Mas de encanto e inocência,
Ivenção de uma Borboleta
De um ser puro e belo.
Sentido e apaixonado cometi um crime… abri a porta da pequena rede, da pequena prisão perfumada da bela borboleta. Quis levá-la comigo para que explorasse o mundo à sua vontade, tentei soltá-la para que sozinha descobrisse o mundo, sonhando também eu. Sonhando que essa linda criatura bela e especial me levasse com ela, me deixasse espreitar o mundo como ela o sonhava.
Sonhei que o sonho da pequena borboleta, que o seu mundo belo e colorido fosse também meu mas desta feita desfrutando-o de olhos bem abertos, viviendo-o, sentindo, olhando, tocando e cheirando juntos o bom e o mau, transformando com o seu toque especial de borboleta sonhadora o pior e o mais banal num evento especial.
Mas… com a porta aberta a borboleta que tanto admirei pouco se afastou da sua rede voltando a entrar insistentemente como se de o mundo que tanto queria tivesse medo. Tanto sonhou que pensa que o seu sonho, o seu desejo não existe senão em sonhos. Ganhou o medo de voar mais alto e se perder com brisas diferentes, suaves e preocupadas mas desconhecidas… Na sua rede mesmo que se distraia ou se deixe pairar como uma bola de sabão ao vento depressa estará segura… ou presa.
“Tento entender o teu olhar…”, a tua forma de viver, a tua forma de pensar. Só te consigo dizer pequena borboleta que o medo de voares alto te responderá um dia. A vida surge-nos uma vez e é nosso dever vivê-la, desfrutá-la, é nosso destino e obrigação.
É teu dever voar livremente, é teu direito sorrir e ver o mundo que sonhas de olhos abertos e brilhantes e tocá-lo, senti-lo.
Sou um pequeno rebento a teu lado que nem o seu casulo ainda construío, demasiado novo talvez para os seus anseios mas certo do que vê e sente, certo do que quer mas também certo do que deve.
“Tudo o que eu vi estou a partilhar contigo…” e no meu sonho, “ o que não vivi ei de iventar contigo…” todos os anos, meses semanas, horas… Para que tu, borboleta, possas sempre sorrir.
Mas o meu sonho, como o teu, vivo-o de olhos fechados, numa rede, enclausurado, esperando que tu a mim me abras a porta um dia também. E mesmo com o medo de voar alto é o que farei sem receios porque sem eles, os medos, seria apenas acto de loucura e inconsequência e não acto de certeza. Para esse dia já estou pronto.
Porque nas histórias de princesas e borboletas elas têm nomes, a esta borboleta linda e esplêndida chamarei “MEL”. Expressão doce, expressão das suas cores bronze, ternas e brilhantes, expressão do seu sonho, do seu carinho, do seu toque e do seu beijo e expressão do seu aroma suave e inconfundível.
textos abruptos do ser inspirados num original de Jorge Palma (Encosta-te a mim)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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